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Taxa Selic em 6,5% e o que muda no seu bolso?
Quando uma pessoa física vai até o banco para adquirir o empréstimo, a primeira pergunta a se fazer é: quanto vai me custar? A resposta dessa pergunta é resumida em um valor percentual que chamamos de taxa de juros. Esta pode refletir diretamente no bolso do consumidor, visto que cada banco tem o preço do dinheiro, ou melhor, taxa de juros. E quando a taxa de juros é vantajosa para a pessoa física?
A taxa de juros é regida pela taxa Selic, ou melhor, pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que é a taxa básica de juros da economia. A taxa de juros é o preço do dinheiro, e a Selic é a taxa mãe da economia. Provavelmente você já ouviu falar sobre ela nos jornais, ou na mídia em geral. Além da Selic ser um parâmetro para as taxas bancárias, ela é instrumento do governo para controlar a alta dos preços (inflação), e também os investimentos.
Nos últimos anos, a SELIC apresentou um histórico de altas, conforme apresenta o gráfico. No ano de 2017 a taxa apresentou a alta de 13% no mês de janeiro. Desde março de 2018, o Comitê de Política Monetária (COPOM) definiu e manteve a taxa em 6,5%. Como as demais taxas bancárias são regidas pela Selic, quando a taxa está baixa, o preço do crédito (consignado ou pessoal) tende a diminuir.
Em resumo: está mais vantajoso adquirir um empréstimo hoje, comparando com 2017.
Em contrapartida, quando uma pessoa física quer aplicar o seu dinheiro em algum investimento para render juros, e o investimento tem como parâmetro a Selic, esta torna-se não tão atrativa assim comparado há alguns anos atrás. Ou seja, quando o preço do dinheiro está alto (alta taxa de juros), é mais atrativo emprestar para instituição financeira (investir) do que tomar emprestado (adquirir empréstimo). Enquanto quando o preço do dinheiro está baixo (baixa taxa de juros) é mais vantajoso adquirir o empréstimo do que investir.
Se eu não tenho empréstimo e não invisto, como a Selic me afeta?
A política do Comitê de Política Monetária de diminuir a taxa de juros é um estimulo para o aquecimento da economia. Isso porque torna-se mais atrativo adquirir crédito e aumentar o consumo das famílias, e para as empresas que captam recursos para o aumento da produção, os custos são menores.
Além disso, o governo usa a taxa para controlar e estimular a economia. Mas como? Tudo começa com a oferta e demanda. Por exemplo, se a demanda em um determinado estabelecimento é alta, a tendência é o aumento dos preços, visto que mais pessoas estão dispostas a usufruir aquele item. Quando a procura por um item é baixa, geralmente as lojas reduzem o preço para que estimule a venda dos produtos. Da mesma forma ocorre quando a economia não está aquecida e a demanda geral dos produtos está baixa, o governo reduz a taxa de juros para estimular os consumidores com juros mais atrativos. O consumidor consciente das condições de financiamento mais atrativas, tendem a consumir mais. Se há mais procura, em razão de taxas mais atrativas, os preços dos itens tendem a subir, causando a temida inflação.
A redução da taxa de juros também incentiva a portabilidade do crédito adquirido nos bancos. A portabilidade possibilita a mudança de contrato para uma instituição com taxas mais atrativas, mantendo o valor da dívida e também o número de parcelas. De acordo com dados do Banco Central, o ano de 2018 gerou uma variação de 69,6% na quantidade de contratos transferidos entre os bancos.
Conclusão
Com tudo o que vimos até aqui, podemos afirmar que a conjuntura econômica nos afeta, e o consumidor pode aproveitar da estratégia (expansionista ou contracionista) do governo para saber o melhor momento para consumir e adquirir um empréstimo, ou investir. Embora a Selic pareça distante da realidade das pessoas, ela está próxima em situações corriqueiras e que parecem imperceptíveis.
Até o próximo artigo!
Sobre a autora
Gabrielle Franciane Garcia é formada em Economia pela Universidade Estadual de Maringá e atualmente cursa MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Faz parte do Consignet e atua na parte de pré-vendas. Se interessa por assuntos como economia, mercado financeiro e finanças pessoais.
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