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Mão segurando cartão de crédito, ilustrando a ideia de liberação de crédito

Coronavírus: como a pandemia facilitará a liberação de crédito?

Pandemias com doenças recém-descobertas geram medo, pânico e interferem no comportamento dos indivíduos que são agentes econômicos, vide histórico de ocorrências mundiais como o surto de H1N1, sarampo, gripe asiática e até mesmo a gripe espanhola (conhecida até hoje por alguns historiadores como a “mãe de todas as pandemias”). Com o advento de novos casos, os efeitos do Coronavírus são sentidos em todo o mundo e também no Brasil. 

Na economia mundial, os efeitos são em vários âmbitos e interferem diretamente na tomada de decisão das empresas e consumidores. A inflação tende a subir, o PIB (Produto Interno Bruto) e as pessoas tendem a ficar com medo do endividamento.  

Positivas ou negativas, o mercado está relacionado com as expectativas dos indivíduos e, em economia – assim como em outros âmbitos –, o que fica é o sentimento de antecipação de um acontecimento futuro, que os agentes econômicos se anteveem para aproveitar as melhores oportunidades ou mitigar em situações de risco. 

Contenção do Endividamento 

Para conter o endividamento nacional, o Governo liberou uma série de medidas econômicas, dentre elas a facilitação para o crédito em alguns casos. Em atualização de medidas tomadas pelo Ministério da Economia, na última quarta-feira (18), a previsão de recursos liberados para conter a crise chegou ao valor de R$ 169,6 bilhões. Mas no que isso interfere na vida do povo brasileiro?  

Famílias e empresas poderão, por exemplo, renegociar as suas dívidas com os bancos. Estes ficam liberados a conceder mais créditos e decidirem se vão aderir ou não à concessão. De acordo com a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), os cinco maiores bancos associados no Brasil já aderiram às medidas por 60 dias para a renegociação em contratos vigentes, são eles: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander.  

Além disso, os aposentados e pensionistas poderão gozar de menor taxa de juros do empréstimo consignado, visto que grande parte pertence à zona de risco (mortalidade) e são mais vulneráveis à pandemia. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passará a taxa atual, que era de 2,08% para 1,80%. 

 

Por que o crédito consignado pode ser uma boa opção para conter o endividamento? 

O crédito consignado é sempre uma boa pedida para casos específicos de endividamento. Isso porque é estabelecido um valor teto para pagamento mensal de parcelas em consignado, o que facilita na hora de realizar a gestão financeira de gastos mensais.  

Hoje, esse valor para desconto em folha é conhecido como a margem consignável e deve representar no máximo 30% do salário dos aposentados, pensionistas, servidores públicos e privados, mas o governo já estuda medidas para ampliar a margem, visto o momento atual de crise e aumento dos custos individuais.  

As medidas que ainda estão sendo estudadas são a ampliação do prazo dos consignados e o aumento da margem consignada para evitar que o mesmo contraia empréstimo com juros maiores.  

Em suma, as medidas de crédito beneficiam os adimplentes que desejam fazer novos contratos, e os aposentados e pensionistas com o incentivo de redução de juros e aumento da margem consignada.  A injeção monetária voltada ao crédito estimula o Produto Interno Bruto e tem efeito sob o consumo das famílias. 

Outro ponto positivo é para as conveniadas e empresas financeiras que cedem o crédito. A taxa de inadimplência é considerada baixa no mercado, isso porque os controles de margem consignável são realizados justamente para evitar o superendividamento. 

 

Os impactos na Taxa de Juros 

O Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos – FED optou por cortar a taxa de juros básica do País para segurar os efeitos causados pelo Coronavírus 

Na reunião do Comitê de Política Monetária, que define a taxa básica de juros da economia brasileira, o Brasil seguiu a tendência norte americana no corte das taxas, visando conter as contrações econômicas e trouxe a nova mínima histórica.   

A Inflação está diretamente relacionada com a taxa de juros: com a política de redução das taxas de juros, mais dinheiro estará em circulação, e consequentemente o consumo é maior. A tendência é que os preços aumentem devido ao aumento da demanda. A inflação aumenta pelo excesso de demanda, dado o total de papel moeda em poder do público. 

 

Mas como fica o cenário de crédito? 

O Conselho Monetário Nacional – CMN – aprovou medidas para facilitar as operações de crédito e amortecer os impactos do Coronavírus na economia brasileira.  

Entre as medidas a serem implementadas, inclui o aumento da capacidade do crédito em até R$637 bilhões de reais e facilitar a renegociação de dívidas em até R$3,2 trilhões empréstimos já concedidos, para pessoas físicas e jurídicas. Além da ampliação da folga de capital dos bancos para gerar maior número de empréstimos. 

 

O quanto isso tudo afeta o bolso de cada cidadão? 

O avanço da doença traz instabilidade não só no âmbito social, mas também afeta a economia global. As turbulências, o cenário de incertezas, a alta volatilidade da conjuntura econômica mostram que tudo inicia-se com as expectativas negativas que levam resultados na oferta e demanda de juros, de suprimentos, de ações no mercado financeiro, no crédito, exportações e importações, na inflação, entre outros efeitos.  

Governos de vários países já utilizam medidas de contenção da crise em que as circunstancias e os dados mudam rapidamente.  A economia não é pautada apenas em números, mas em fatos sociais, políticos, e o principal: a expectativa dos agentes.  

 

Sobre a autora: 

Gabrielle Franciane Garcia é formada em Economia pela Universidade Estadual de Maringá e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Atua como Analista Comercial do Consignet, no DB1 Group. 

 

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